O governo israelense respondeu, nesta quinta-feira (24), com
repúdio ao gesto diplomático realizado pelo Brasil no dia anterior –quando
convocara seu embaixador em
Tel Aviv , Henrique Pinto, para consultas sobre a morte de
civis na faixa de Gaza.
À Folha a chancelaria de Israel afirmou
oficialmente que "o Brasil está escolhendo ser parte do problema, em vez
de integrar a solução". "Seu comportamento nesta questão ilustra a
razão por que esse gigante econômico e cultural permanece politicamente
irrelevante."
O gesto foi recebido, porém, com loas na faixa de Gaza.
Palestinos se aproximavam da reportagem da Folha para agradecer-lhe.
O governo brasileiro havia afirmado, na quarta-feira (23),
considerar "inaceitável" o "uso desproporcional da força".
Israel tem bombardeado a faixa de Gaza em uma operação militar há mais de duas
semanas, com mais de 700 mortos, a maioria deles considerados civis.
A nota brasileira não cita, porém, os ataques da facção
palestina Hamas, que já lançou mais de 2.000 foguetes contra o território
israelense, levando à suspensão temporária de voos chegando a Israel ou
partindo do país. Três civis e 32 soldados já foram mortos.
O Itamaraty, além de convocar de volta a Brasília o
embaixador Pinto, chamou o embaixador de Israel no Brasil, Rafael Eldad, para
protestar. Os gestos são vistos pela comunidade diplomática como sinais de
repressão.
O descontentamento expresso pela chancelaria brasileira veio
na sequência de uma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos da
ONU em Genebra, onde foi aprovada uma investigação da ação israelense, com o
apoio do Brasil.
Fonte: Folha de São Paulo
0 comentários:
Postar um comentário